A importância de encontrar uma equipe médica que conheça a doença de perto



Acredito que muitos de nós, em algum momento da jornada de descoberta por um tratamento do tumor desmóide, já ouviu algum médico falar que é uma doença de fácil abordagem por se tratar de um tumor benigno. Não é bem assim.
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O desmóide, apesar de ser considerado benigno, apresenta todas as características de malignidade, exceto pelo fato de não se espalhar pelo corpo (ao que se chama de metástase). Um tumor benigno tradicional se limita a uma determinada área e suas margens são bem delimitadas, diferentemente do desmóide. Por consequência, é um tumor que facilmente se expande no local em que se desenvolve, podendo invadir tecidos musculares e nervosos da área, além de apresentar também um alto potencial de reincidência após ressecção.
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O acompanhamento do paciente por um médico que não conheça o tumor pode trazer muitas complicações. Entre elas está o exemplo da imagem. A incisão em zetaplastia (esta forma de corte em zigue-zaque) é totalmente desaconselhada em todo cenário que envolva a remoção de qualquer tipo de tumor. Esse corte aumenta a área de lesão e formação de tecido fibroso - natural da cicatrização, porém o desenvolvimento desordenado de suas células pode caracterizar o surgimento de nova tumoração. Foi o que aconteceu nesse caso. Após sua retirada, o tumor reapareceu de forma mais agressiva e  com crescimento mais acelerado. Na cirurgia subsequente, toda a área do "novo" tumor, cicatriz e seus arredores, incluindo parte do músculo deltóide, teve que ser removida numa tentativa de evitar novo crescimento.
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A abordagem inconsequente traz vários danos, desta forma, é importante ter sempre este mantra na cabeça:
"Respeite seu médico mas não pense que ele está certo sempre.
Sua saúde depende da sua compreensão do problema, então faça muitas perguntas. Não coloque sua relação com seu médico a frente de sua saúde."

This entry was posted by Carol Kanti. Bookmark the permalink.

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